Lily'Son - One-Shot: a Harry Potter Fanfiction

Depois do Natal do quinto ano de Harry, ele fez seu caminho para o almoço na mesa da Corvinal. Sim: ele, Harry James Potter, era um corvino. James não ficara muito feliz com aquilo, mas até ali, ele não ficava feliz com nada que o remetesse a Harry.
E isso o machucava consideravelmente, ainda que ele negasse com todas as suas forças. Os pensamentos de Harry foram varridos de sua mente quando Sirius, seu padrinho; Remus, seu tio de consideração; e Lily, sua mãe, entraram no salão com uma carta nas mãos. Os olhos de Lily foram imediatamente para seu filho na mesa corvina, para o qual ela sorriu com os olhos brilhando de orgulho, e então foram para a mesa da Grifinória e ela viu seu outro filho, Hayden, olhando-a duramente, como se a odiasse.
O sorriso de Lily sumiu e Sirius, percebendo aquilo, passou o braço pelos ombros da amiga (para ele nem tanto) com a intenção de apoiá-la, mas tudo o que conseguiu foi um olhar fuzilante de James Potter, o professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.
"Sra. Potter-" Dumbledore começou a falar enquanto Harry e Gina se levantavam e iam até o lado da ruiva, mas foi impedido de continuar por causa da interrupção de Sirius:
"Lady Black, Dumbledore" era a correção para o título de Lily. Apesar de ela e Sirius serem casados, nada acontecia entre os dois: eles tomaram essa decisão para que Lily pudesse ser melhor recebida de volta no mundo mágico.
O diretor hesitou, mas assentiu e se corrigiu:
"Lady Balck, posso perguntar porque estão aqui?"
Os três pareceram surpresos e Remus foi quem respondeu:
"Recebemos uma carta que dizia para virmos para Hogwarts imediatamente" Lily entregou a carta para o diretor, que leu cada palavra com atenção.
"Eu não faço ideia de quem pode ter escrito isso" disse o velho senhor dando a carta de volta para Lily com um pedido de desculpas em seus olhos azuis.
Todos sabiam que o diretor era só uma das muitas marionetes que James Potter usava e descartava para super inflar o ego de seu precioso Menino que Sobreviveu, mas poucos sabiam do que Potter seria capaz para o bem de Hayden. Ou ao menos o que ele acreditava ser o bem.
"Eu escrevi" disse um voz na entrada. As portas do Salão Principal estavam totalmente abertas e revelavam quatro pessoas: dois homens e duas mulheres.
Um dos homens tinha cabelo ruivo e olhos castanhos gentis, ainda que houvesse alguma coisa de duro em seu jeito; ele usava uma calça jeans solta e camiseta da Grifinória. Já o segundo homem era uma figura mais sombria: ele tinha cabelos pretos bagunçados e olhos verdes como musgo e, assim como o diretor de Hogwarts, haviam havia um brilho nos olhos do homem, que usava uma calça, camiseta, coturnos e jaqueta de couro pretas... e óculos redondos.
A mulher que entrou ao lado do homem de olhos verdes tinha cabelos cacheados e indomáveis da cor do fogo, olhos castanhos como chocolate, sardas adoráveis espalhadas pelo rosto e lábios vermelhos como sangue. O corpo curvilíneo da mulher era extremamente desejável e as roupas que ela usava não ajudava a esconder isso: uma jaqueta de couro, regata preta de alcinha, jeans escuro e colado e botas de cano médio pretas. E seu cabelo ruivo estava sendo enfeitado por um laço preto.
A segunda mulher tinha cabelos e olhos castanhos, a boca era cheia e rosada e a pele era lisa como um pêssego. Ela usava um blusa de manga comprida na cor vinho, jeans folgados e claros de cintura baixa, all star preto e um colar com um pingente de letra H.
"E quem são vocês?" James perguntou, tomando controle da situação e se levantando da mesa dos professores "o que querem conosco?"
"Nós vamos mudar o nosso passado" disse a ruiva "ou o seu futuro, como preferir chamar"
"Mas-" James foi cortado quando o homem de cabelos negros disse em voz alta e clara que repercutiu pelo salão:
"Revelem-se"
Das sombras, começaram a surgiu mais e mais pessoas. Todas eram pelo menos um pouco conhecidas pelos professores. A mulher de cabelos castanhos revelou antes que qualquer um pudesse falar algo mais:
"Voldemort ganhou a guerra" todos começaram a sussurrar e murmurar sobre aquilo, alguns até mesmo choravam. A menina pareceu perder a paciência e gritou "Silêncio!"
"Obrigada, Quill, pela explicação, eu assumo daqui" disse o ruivo com um sorriso calmo para a garota "Bom, como Quill acabou de falar, Voldemort ganhou a guerra, mas ainda existem alguns que resistem. Nosso grupo é um deles, além de nós, tem apenas a Ordem da Fênix"
O ruivo não pareceu muito agradado de falar sobre a Ordem, mas não fez mais nenhum cometário.
"Nós bolamos um plano para voltar para esse ano, que é quando tudo começa e derrotar Voldemort nesse tempo" disse o de olhos verdes. Lily o observava com um sorriso misterioso nos lábios, mas os olhos também estavam cheios de preocupação.
"Se sabem como matá-lo, porque não fazem isso no seu tempo... além disso, onde eu estou?" Hayden se pronunciou, levantando da mesa da Grifinória. O grupo inteiro, inclusive aqueles que saíram das sombras, riram.
"Eu esqueci como era idiota" disse uma voz a direita da mesa da Grifinória. De lá, era possível ver apenas um amontoado de adolescentes, mas do meio deles um homem ruivo de olhos castanhos e pele pálida saiu e Lily suspirou, aliviada. Ela sabia que Hayden enfrentaria Voldemort algum dia. Mas o que fez diferença na postura da mulher foi o olhar que o ruivo dirigiu a ela, de carinho e amor puro "mãe"
A palavra foi dita livremente, sem tentar esconder qualquer coisa. E era realmente arrependimento que brilhava naqueles olhos. Hayden saiu do lado de seu eu passado e abraçou a mãe, que sorriu um sorriso tão brilhante que ninguém ousaria se mexer para estragar o momento, mas no segundo que os dois se soltaram, os murmúrios começaram e Lily se encolheu.
"Silêncio!" Rugiu o homem de olhos verdes e Hayden virou-se para ele, cumprimentando-o com uma estranha saudação: ele tocou a parte interna do pulso na testa, curvando-se ligeiramente e murmurou:
"Hayden" o homem repetiu os gestos e murmurou de volta:
"Harry" Hayden, com mais um olhar feliz para a mãe, se retirou para sua antiga posição sem olhar nenhuma vez para James enquanto passava.
Lily observou Hayden e se voltou para o homem de olhos verdes, que a observava cautelosamente. Ela sorriu para ele e o abraçou, sentindo o filho mais novo relaxar em seus braços. Harry mais velho murmurou no ouvido dela:
"Mãe" ela sentiu a respiração trêmula no ouvido dela quando ele se curvou para abraçá-la. Era difícil acreditar, mas a cabeça de Lily não passava do ombro de seu filho. Ela riu e chorou ao mesmo tempo, extasiada.
"Mamãe" ele murmurou de novo, soltando-a para acariciar seu rosto. Mas a ruiva ao lado dele colocou a mão em seu ombro e ele voltou a ter um olhar duro. Com um pedido de desculpas silencioso para Lily no olhar, ele se afastou e disse para todos no Salão:
"Eu acho que é uma boa ideia nos apresentarmos... Leaders!" Os três outros que vieram com ele deram um passo a frente. A mulher de cabelos castanhos se apresentou primeiro:
"Eu sou Hermione Granger, tenho 25 anos, fui da Corvinal"
Harry mais novo olhou para a amiga na mesa de sua casa com um sorriso, que a mesma retribuiu. O ruivo foi o próximo.
"Ronald Weasley, 25 anos, Grifinória" ele não falou muito, na verdade tinha os olhos centrados em um ponto da mesa dos professores, onde James continuava em pé. Ele observava a própria família, que observava tudo com grande curiosidade, mas não se aproximaram de Gina e Rony.
A ruiva anunciou, a voz tão alta e clara quanto a de Harry:
"Sou Gina Weasley, 24 anos, estou na Grifinória"
Seus eus passados olharam, abobalhados, para seus eus futuros: ainda que pudessem ver no semblante de seus amigos, escondido de todos, pedaços de suas personalidade conhecidas, a maior parte era tapada por expressõess impenetráveis próprias de guerreiros.
O homem de cabelos pretos deu um meio sorriso. Tudo o que ele era, cada pedaço de pele, cada fio de cabelo parecia irradiar poder e liderança.
"Harry Potter" James rosnou de seu lugar na mesa dos professores e o homem olhou para ele com ódio puro e intenso antes de falar:
"Eu não atendo por esse sobrenome. Não mais. Nunca mais"
"Então qual é o seu sobrenome?" Lily perguntou e Sirius observou tudo atentamente. Ele tinha falado para Harry no Natal que o menino poderia reclamar o sobrenome Black se quisesse.
Harry mais velho olhou para Sirius, Lily e Remus com carinho. Então seus olhos procuraram no meio de todos e pararam em um de seus grupos. Fazendo um sinal, ele voltou a olhar para a família e disse:
"Meu nome é Harry Evans-Black"
Harry E - Futuro
Harry     - Passado
Lily arquejou e olhou para seu filho com lágrimas nos olhos. Sirius riu parecendo latir, como sempre e isso aqueceu o coração de Harry E.
E então Remus falou:
"Dora?" Por trás de Harry E, do grupo que ele havia sinalizado, uma mulher de cabelos azuis celeste e expressão cansada se apressou (trombando na mesa) e abraçou o marido/namorado.
Harry sorriu tristemente para a cena, sabendo que seria difícil falar com todos eles sobre o futuro, mas que seria preciso.
"Dora" disse depois de um tempo, em que a mulher não largou Remus. Ela soltou, corada, e fez a mesma saudação para Harry, mas diferente de Hayden, ela ficou e perguntou:
"Quando vamos..."
"Daqui a pouco, vá ver como ele está" Harry a cortou, sabendo o que ela queria dizer. Dora assentiu e com um último carinho no rosto de Remus, se juntou ao grupo de novo.
"Rebels" Gina disse com autoridade e o grupo inteiro a saudou, murmurando:
"Fire"
Ela sorriu um sorriso perigoso, mas continuou como se não tivesse ouvido:
"Aqueles que não são conhecidos podem sair, se dirijam à Sala P e fiquem lá até segunda ordem"
Quase trinta pessoas saíram, deixando para trás pouco mais de quinze.
"Apresentem-se" comandou Harry sem tirar os olhos de James, que observava tudo em um silêncio cheio de raiva.
Um homem loiro com barba um pouco mais escura deu um passo a frente.
"Eu sou Draco Malfoy, 25 anos, Sonserina era a minha casa. Eu não atendo mais pelo nome que meus pais me deram, por isso me chamem de Drake"
"Eu estou lutando contra o Lord das Trevas?!" Perguntou Draco, horrorizado. Sua versão mais velha teve seus olhos escurecidos para uma expressão sombria.
"O Lord das Trevas" disse o mais velho quase cuspindo "é um maldito desgraçado."
Isso, mais o olhar de Harry, calou o Salão Principal até que um homem de rosto redondo e postura confiante dá um passo a frente.
"Eu sou Neville Longbottom" todos arquejaram quando viram o sorriso perigoso do menino que costumava ser chacota de todos "tenho 25 anos e era da Lufa-Lufa"
Ele se afastou e uma menina de olhos azuis sonhadores e cabelos loiros de um passo a frente:
"Meu nome é Luna Lovegood, tenho 24 e pertencia à Corvinal" ela olhou para Hayden mais novo e falou "sua cabeça está cheia de zonzóbulos"
"O que é isso?" Perguntou Hayden novo franzindo a testa para Luna. O grupo vindo do futuro começou a esconder as risadas quando Hayden mais velho deu um passo a frente, pegando a mão da namorada com um sorriso carinhoso e falou:
"São pequenas criaturas que bagunçam a cabeça das pessoas e distorcem a visão delas" Hayden olhou para seu eu futuro como se ele fosse louco, mas este tinha se voltado para o resto do Salão principal "meu nome é Hayden, mas eu também não uso mais o sobrenome Potter. Meu nome é Hayden Evans-Black, assim como meu irmão e minha mãe"
Hayden E - Futuro
Hayden     - Passado
"Ingrato!" James rosnou quando o ouviu. Ele saiu de onde estava e foi em direção ao filho mais velho "eu te dei tudo, eu te alimentei, te dei tudo o que você me pedia, te mimei e você me agradece assim, filho?"
"Não me chame de filho!" Sibilou Hayden E em resposta com uma expressão perigosamente cheia de veneno. Harry E também tinha o olhar sombrio "eu tenho vergonha de sequer pensar que tenho o seu sangue, Potter. Nunca mais ouse me chamar de filho, porque se não vai saber que meu poder não se resume apenas ao que você me ensinou"
"Se não deixar nossa família em paz" disse Harry E com um tom calmo e ameaçador que fez quase todo o salão estremecer "nem mesmo Voldemort vi te assustar tanto quanto ouvir nossos nomes"
A própria fundação anciã do castelo pareceu tremer diante dessas palavras e James ficou em silêncio. Dumbledore olhava para aquilo, pesaroso, mas não falava nada.
Depois disso Fred e George mas velhos se apresentaram, assim como Astória Greengrass, Hannah Abott, Susan Bones, Cedrico Diggory e Cho Chang.
"Acho que é melhor nós definirmos de uma vez como vai ser o futuro" disse Hermione com um olhar sombrio. Harry olhou para ela, parecendo esperar alguma coisa. A garota começou a procurar algo numa bolsinha de contas e por fim puxou de lá uma penseira.
Depois de explicar para todos o feitiço extensivo e como a penseira funcionava, Harry colocou uma de suas memórias ali e 'levantou' a imagem como se fosse um cinema trouxa.
"Isso é do último ano, depois do Torneio Tribruxo" disse o homem e Harry estremeceu junto de Lily, que olhava para Harry E, preocupada.
A imagem tomou forma e revelou o escritório de Dumbledore. O diretor olhava para Hayden e Harry atentamente num silêncio carregado.
"E então?" Hayden perguntou, mas não estava sendo rude de propósito, apenas estava muito ansioso. Harry deu-lhe um beliscão na perna e ele não falou mais nada.
"Ao que parece" disse o diretor por fim, observando as roupas rasgadas e ensanguentadas de seus dois alunos "Hayden, você foi o menino que sobreviveu, mas Harry é o único que pode derrotar Lord Voldemort"
Harry apoiou a cabeça nas mãos enquanto Hayden observava a tudo, estático.
"Mas... Harry vai, ele vai poder treinar, não é? Ele precisa, Albus" disse Hayden por fim, deixando todos muito surpresos. Tinham aprendido que o Menino que Sobreviveu era um idiota egoísta que detestava o irmão. O diretor observou Hayden por alguns segundos.
"Eu não posso fazer isso" disse por fim "se seu pai chegar a saber que eu tenho treinado Harry... Há perigos que precisam ser mantidos como segredos"
Harry E assentiu, como se soubesse exatamente do que o diretor estava falando.
"Eu posso treiná-lo" Hayden parecia centrado, totalmente focado. Harry levantou a cabeça e olhos para os dois antes de falar quietamente:
"Não precisam" os dois se viraram para ele e tinham expressões hesitantes.
"Harry..." começou Dumbledore, mas o garoto o cortou:
"Não estou falando que eu não preciso treinar, estou falando que vocês não precisam se preocupar com isso. Sirius me ensinou a duelar e luta trouxa desde que eu tinha idade suficiente para fazer magia acidental, apensar dos protestos da minha mãe" ele passou e olhou para o diretor "eu não preciso de um espião do meu pai por perto, por isso é melhor estar certo do lado que vai escolher quando tiver de fazê-lo"
Dumbledore parecia sofrido, mas apenas assentiu silenciosamente até que Hayden perguntou:
"Por que Padfoot faria isso? Te treinar?" Sirius olhou para Hayden, surpreso que ainda lembrasse o apelido dele.
Na memória, Harry hesitou, mas acabou respondendo:
"Mamãe sabia que a profecia poderia se referir a qualquer um de nós, apesar de James sempre ter propagandeado sobre você ser o Eleito" Hayden pareceu zangado ao ouvir sobre Lily, mas não protestou "quando ela contou para Sirius, ele achou melhor que eu estivesse preparado para enfrentar isso, se eu fosse o Eleito."
"Posso ver o que você sabe?" Harry ergueu uma sobrancelha e Hayden levantou as mãos em um gesto de paz e desistência.
A imagem se desfez. Harry E hesitou para depositar a próxima memória na penseira, por isso Gina falou com a voz suave, mas clara:
"A próxima memória é uma das mais dolorosas, desculpem por terem de ver isso. Iria acontecer no fim desse ano letivo"
Harry despejou a memória, que mais uma vez se levantou e tomou forma. Eles estavam no Departamento de Mistérios, havia crianças, membros da Ordem e Comensais da Morte batalhando.
Sirius rosnou quando viu sua prima, Bellatrix Lestrange, mas sorriu com satisfação quando viu a si mesmo duelando com ela... até que Bellatrix o matou.
Sirius não estava pálido, nem tinha nada para temer em sua morte. Ele só estava preocupado com Lily, Harry, Remus e Tonks.
Lily, ao seu lado, gritou como se sentisse uma dor física e ele a impediu de cair de joelhos. Ela se segurou a ele, passando as mãos desesperada por seu peito e parou apenas depois de sentir o batimento cardíaco de Sirius.
Ele a observou, abraçada a ele e chorando de alívio ao vê-lo vivo e, naquele momento, não havia mais ninguém no Salão além dos dois. Lily levantou os olhos verdes que ele aprendera a amar para encará-lo. E Sirius não conseguiu resistir: ele a beijou. Foi um beijo pequeno e curto, mas eles iriam devagar. Mesmo que já estivessem casados. Lily deitou a cabeça em seu peito e Sirius a embalou até que se acalmasse.
Quando os dois se separaram (não muito, já que Sirius não queria deixar de senti-la contra ele), ele olhou em volta e notou os olhares derretidos das meninas do Salão, o sorriso discreto, mas satisfeito de Harry E. e os amigos, assim como o olhar fuzilante de James.
E ele não se importou. Tudo que importava para ele era Lily e o quanto ela precisava dele naquele momento.
Harry E pigarreou, voltando a atenção para ele, mas antes que pudesse colocar a outra memória, Sirius o puxou para um abraço, sem largar Lily, o que tornou as coisas um tanto mais difíceis.
Shadow riu suavemente e abraçou o padrinho e a mãe com firmeza e alegria antes de se soltar e ficar muito, muito, sério novamente.
"Eu... eu sinto muito por passar essas próximas memórias para vocês" ele falou sem dar explicações e virou a memória para dentro a penseira "esses foram os piores dias da minha vida"
Lily acariciou o cabelo do filho de quinze anos com preocupação, sentindo seu peito apertar ao ver o quarto de Harry em Grimmald Place e o filho deitado na cama de costas para a memória.
Gina saiu do banheiro da suíte de Harry, o que causou comoção, não porque a menina estava com Harry, mas por causa do vestido preto que ela usava: um vestido para velórios, por causa dos visíveis hematomas nos braços da menina e por causa de seu olhar assutado e sem brilho. O Salão murmurava, inquieto.
Diferente da maioria, Sirius sabia que aquele velório não seria seu, mas de alguém mais. Ele só rezava para que não fosse a pessoa em que ele pensava, porque seria crueldade demais tirá-la de Harry.
Gina andou descalça pelo quarto parecendo cansada e hesitante, mas, sentou-se na cama e acordou Harry com delicadeza, passando a mão por seu ombro e braço para aquecê-lo.
Harry abriu os olhos e não havia nada no olhar dele que o diferenciasse de uma pessoa morta. Na memória, foi possível ver Gina estremecer levemente em preocupação.
"Harry" ela disse em uma voz baixa que parecia tremer. O menino olhou para ele, ausente e Gina mais velha estremeceu, se abraçando e Harry E a abraçou com um olhar torturado para ela "Você precisa acordar e se trocar. Precisamos estar no cemitério daqui três horas"
Um flash de dor passou pelos olhos verdes antes que ele ficasse simplesmente ausente de novo.
No salão, todos estremeceram e Lily abraçou seu filho de quinze anos com mais força que o normal, olhando para a versão mais velha dele, que abraçava Gina e parecia se escorar nela, como se fosse o apoio que ele precisava.
Ela sorriu suavemente, se acalmando enquanto percebia que sua própria morte estava a caminho naquela memória. Era um tipo estranho de paz, ela pensou.
Na memória, Harry encarou o teto. Gina o ergueu com algum esforço e fez com que ele fosse para o banheiro.
Ninguém teve coragem de comentar nada quando a memória se focou no reflexo que Gina tinha de si mesma no espelho e o chuveiro foi ligado, mas suas versões mais novas coraram, assustadas com a intimidade que tinham um com o outro.
A imagem ficou embaçada.
Quando voltaram a ver, Gina estava fazendo a barba de Harry com um cuidado extremo.
"Eu posso fazer isso" disse o garoto e Gina engoliu em seco, medo tomando os olhos castanhos dela.
"Eu sei que pode" ela disse suavemente, apesar do medo que brilhava feroz. Harry olhou atentamente para ela, se focando pela primeira vez nos olhos da garota.
"Gin" ele disse com a voz um pouco mais firme "eu não vou fazer nada"
A ruiva olhou para ele, imóvel por um segundo, antes de agachar e apoiar a cabeça no peito dele.
"Eu sei" ela sussurrou de novo, a voz cheia de desespero "é só que eu estou com medo de perder alguém, Harry, qualquer um. Eu mal consigo pensar em alguém que eu amo com um garfo na mão que eu quase entro em colapso"
"Eu sei o que você quer dizer" ele respondeu acariciando os cabelos dela "mas o que aconteceu com minha mãe não vai acontecer de novo, James nunca mais vai chegar perto da nossa família, Gin. Eu prometo isso"
Harry de quinze anos apertou mais a mãe contra si e Sirius fechou os olhos com dor enquanto percebia que sua teoria estava certa: Lily tinha morrido.
A memória mudou e Harry e Gina estavam na cozinha, ele tinha uma xícara de café na mão e ela estava andando em direção a pia. O garoto usava um moletom e calça preta, e estava descalço. Ela usava o vestido com que saíra do banheiro e um tênis de cano baixo também preto.
Eles faziam tudo mecanicamente e Gina se virou para pegar uma faca... e travou. Ela olhou a faca e a mão estendida, parecia estar lutando contra alguma coisa. Harry observou aquilo, colocou a caneca na mesa e disse:
"Gin, pegue a faca, está tudo bem"
A ruiva olhou para ele e se aproximou um pouco mais da faca. Harry olhou da faca para Gina e, gentilmente, pegou a mão dela e encostou na faca, dando tempo e espaço para que ela se afastasse se não quisesse aquilo.
Ele olhou para ela e ela olhou para ele. Gina estava quase ofegante, mas assentiu e Harry largou a mão dela.
Fazendo tudo deliberadamente lento, a ruiva cortou o pão e passou manteiga antes de largar a faca na mesa. Quando ela se virou para Harry, parecia estar esgotada. Gina se encolheu no abraço de Harry e chorou um pouco parecendo muito abalada.
"Está tudo bem" ele dizia de novo e de novo e de novo enquanto ela tremia no abraço dele "eu estou orgulhoso de você, você conseguiu"
Todos no Salão se encaravam, confusos e amedrontados em ver um trauma tão grande. Mas então a cena voltou a mudar.
Estavam em um cemitério cheio de grama e árvores. Lily se surpreendeu ao ver Petúnia e Dudley lá. Remus e Dora também estavam ali, junto com Dumbledore, os Weasley (exceto, pelo que parecia, Molly e Arthur), Hermione, Draco, Astória, Luna e Neville. E Hayden, Gina e Harry. Os filhos de consideração dela ali, para velar por ela.
Então pode-se ouvir um estampido e James Potter apareceu a alguns metros do velório. Todos os presentes olharam para ele e ódio pura brilhou nos olhos verdes de Harry quando ele avançou para o pai e pegou-o pelo colarinho da camisa.
"O que você quer aqui?" Ele vociferou para James, que riu.
"Eu vim ver o velório da minha mulher, seu..." mas ele não teve tempo de terminar, porque Harry deu-lhe um soco tão forte que James caiu na lama.
"Ela não era sua mulher, seu porco!" Gina gritou, chegando do lado de Harry "ela não pertencia a você, não era um objeto e muito menos seu"
"Como você ousa vir até aqui?" Hayden surgiu do outro lado de Harry "depois de todas as mentiras que contou, depois de tudo o que fez minha mãe passar-"
"Eu a amava" interrompeu James com um muxoxo impaciente, o que lhe rendeu outro soco.
"Você tentou estuprá-la!" Gritou Harry causando no Salão uma comoção geral "você sequestrou a mim e a Hayden para falar para ela que estávamos mortos! Você a jogou do alto da torre de astronomia quando ela se recusou a te beijar! Você forçou Gina a matá-la, porque minha mãe não morreu depois de cair como você tinha planejado! E torturou minha noiva por dias porque ela foi obrigada por você a matar minha mãe! Você não ama ninguém se não a si mesmo, Potter"
"Esqueça de mim, Potter" disse Hayden "você me disse por toda a minha vida que minha mãe tinha fugido por causa de Sirius, porque ela estava te traindo com ele... como pude ser idiota a ponto de acreditar que aquela mulher doce, forte, quebrada, mas mesmo assim feliz pudesse ser tão má é um mistério para mim. Você me privou de ter uma mãe sem que eu percebesse... e agora é tarde demais."
Ao fim da fala de Hayden, a imagem se desfez e o silêncio reinou no salão. Todos derramavam lágrimas pelo que tinham acabado de ouvir.

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