Leitura, Empatia e Sensibilidade
Estamos acostumados a encontrar violência nos video games, series de TV e nos filmes. Vemos assassinatos, espancamentos, estupros e tortura naturalmente, mas poucos de nós entendem que aquilo é real. É o que os jornais noticiam todos os dias.
A normalização da violência nunca foi tão visível, porém temos séculos de dessensibilização para reverter. Apesar do que a maioria alega, a era digital não torna a violência normal, ela torna a normalização da violência visível: A dois séculos atrás, por exemplo, um marido bater na esposa era algo normal, ninguém achava crueldade, mas quando as mulheres que foram agredidas começaram a mostrar o quão comum (e doloroso) aquilo era, a sociedade reformulou sua forma de pensar e passou a abominar a violência doméstica. Ou seja, quando as pessoas passaram a realmente ver o que considerava normal, eles perceberam que não deveria ser normal.
Mostrar a violência é fundamental para que haja sensibilidade, mas as pessoas não vão magicamente começar a perceber que o que é comum e violento, muitas vezes não é o certo, por isso precisamos da leitura. Muitas vezes ouvimos que literatura com um verdadeiro conteúdo de valor só existe em textos de opinião alongados em livros inteiros, explorando repetitivamente a mesma ideia em vários exemplos diferentes, mas não é assim que a banda toca.
Não estamos falando de eruditos e acadêmicos aqui. Estamos falando da sociedade como um todo e, infelizmente, não vamos erradicar a hierarquia social a tempo de fazer todos entenderem textos complicados e intrincados. Por isso, todos nós precisaremos entender a mensagem: os pobres e os ricos, os eruditos e os incultos. E só alcançamos isso com a fantasia.
Na literatura fantástica contemporânea podemos nos identificar com um número infinito de personagens e aprender os valores e ideais que devem reger nossa ética pessoal e social. Em Harry Potter, por exemplo, entendemos e sentimos as marcas do preconceito, da perda e da guerra; Em Jogos Vorazes e Corte de Espinhos e Rosas vemos quão profundas são as marcas da tortura e do sofrimento, sentimos com os personagens. E isso é o primeiro passo para compreendermos aqueles que sofrem, o primeiro passo para a empatia.
Logo, podemos transportar as situações dos livros para a nossa vida, ou a daqueles que nos rodeiam, ou a daqueles que nem mesmo conhecemos. E nos sensibilizamos com a dor deles. E trabalhamos para que pare. Para que jamais aconteça de novo. A literatura é fundamental para que haja a empatia e, consequentemente, a sensibilidade perante a violência e a injustiça.
Entenda: a bondade é inerente ao ser humano, mas a compreensão do que é mal, não. Nenhuma pessoa má acha que o que faz é, de fato, má. usando uma frase de A Sutil Arte de Ligar o Foda-se, do blogueiro Mark Manson:
Não falo que todas elas tenham salvação, é possível que pessoas cultas sejam más, porém isso é uma escolha consciente e deliberada, enquanto a maioria dos pensamentos cruéis são populares: o povo, como um todo, não entendem o sofrimento e a dor que podem causar. Não veem que a mesma crueldade contra a qual lutaram é a que defendem hoje, porque agora ela tem outro foco.
Mas quando você mostra o que acontece de fato (por meio de notícias e reportagens) e demonstra o que as vítimas sentem (com romances), é criada uma conexão entre os dois e a população percebe o que é o mal e o que precisam proibir.
O processo fundamental é Leitura ➡ Empatia ➡ Sensibilidade
Por Anabel Lee (pseudônimo)
A normalização da violência nunca foi tão visível, porém temos séculos de dessensibilização para reverter. Apesar do que a maioria alega, a era digital não torna a violência normal, ela torna a normalização da violência visível: A dois séculos atrás, por exemplo, um marido bater na esposa era algo normal, ninguém achava crueldade, mas quando as mulheres que foram agredidas começaram a mostrar o quão comum (e doloroso) aquilo era, a sociedade reformulou sua forma de pensar e passou a abominar a violência doméstica. Ou seja, quando as pessoas passaram a realmente ver o que considerava normal, eles perceberam que não deveria ser normal.
Mostrar a violência é fundamental para que haja sensibilidade, mas as pessoas não vão magicamente começar a perceber que o que é comum e violento, muitas vezes não é o certo, por isso precisamos da leitura. Muitas vezes ouvimos que literatura com um verdadeiro conteúdo de valor só existe em textos de opinião alongados em livros inteiros, explorando repetitivamente a mesma ideia em vários exemplos diferentes, mas não é assim que a banda toca.
Não estamos falando de eruditos e acadêmicos aqui. Estamos falando da sociedade como um todo e, infelizmente, não vamos erradicar a hierarquia social a tempo de fazer todos entenderem textos complicados e intrincados. Por isso, todos nós precisaremos entender a mensagem: os pobres e os ricos, os eruditos e os incultos. E só alcançamos isso com a fantasia.
Na literatura fantástica contemporânea podemos nos identificar com um número infinito de personagens e aprender os valores e ideais que devem reger nossa ética pessoal e social. Em Harry Potter, por exemplo, entendemos e sentimos as marcas do preconceito, da perda e da guerra; Em Jogos Vorazes e Corte de Espinhos e Rosas vemos quão profundas são as marcas da tortura e do sofrimento, sentimos com os personagens. E isso é o primeiro passo para compreendermos aqueles que sofrem, o primeiro passo para a empatia.
Logo, podemos transportar as situações dos livros para a nossa vida, ou a daqueles que nos rodeiam, ou a daqueles que nem mesmo conhecemos. E nos sensibilizamos com a dor deles. E trabalhamos para que pare. Para que jamais aconteça de novo. A literatura é fundamental para que haja a empatia e, consequentemente, a sensibilidade perante a violência e a injustiça.
Entenda: a bondade é inerente ao ser humano, mas a compreensão do que é mal, não. Nenhuma pessoa má acha que o que faz é, de fato, má. usando uma frase de A Sutil Arte de Ligar o Foda-se, do blogueiro Mark Manson:
Para que indivíduos justifiquem os próprios atos terríveis, é preciso que tenham certeza inabalável de sua retidão, suas crenças e seu merecimento. Racistas fazem o que fazem porque têm certeza de sua superioridade genética. Fanáticos religiosos dinamitam o próprio corpo e assassinam centenas porque têm certeza de seu lugar no céu como mártires. Homens estupram e agridem mulheres porque t~em certeza de seu direito sobre o corpo delas.
Não falo que todas elas tenham salvação, é possível que pessoas cultas sejam más, porém isso é uma escolha consciente e deliberada, enquanto a maioria dos pensamentos cruéis são populares: o povo, como um todo, não entendem o sofrimento e a dor que podem causar. Não veem que a mesma crueldade contra a qual lutaram é a que defendem hoje, porque agora ela tem outro foco.
Mas quando você mostra o que acontece de fato (por meio de notícias e reportagens) e demonstra o que as vítimas sentem (com romances), é criada uma conexão entre os dois e a população percebe o que é o mal e o que precisam proibir.
O processo fundamental é Leitura ➡ Empatia ➡ Sensibilidade
Por Anabel Lee (pseudônimo)
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